segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A AMPLIFICAÇÃO DA HARMÔNICA (PARTE 7)


Olá, amigos! Estou de volta com mais uma abordagem interessante sobre amplificação da harmônica. Desta vez, falando sobre os Microfones “Green Bullet”, que trazem em sua história algumas incógnitas que serão respondidas nesta postagem. As informações aqui presentes foram retiradas de sites americanos especializados e cedidas por quem entende do assunto, sendo que a minha parte foi apenas pesquisar e relatar. Trago aqui informações sobre formas de reconhecer datas de fabricação, modelos, curiosidades em geral. Infelizmente, os Bullets da marca Astatic e Shure que temos em fabricação, hoje em dia, são bem inferiores do que os bons mics antigos das décadas de 40-70. É claro que nem todo mic antigo é bom, mas é fato que os mics vintage são muito superiores por possuírem mais timbre e menos problemas de feedback (microfonia) e, por isso, são preferidos pela maioria dos gaitistas profissionais.

“CR” (CONTROLLED RELUCTANCE) BLACK AND WHITE LABELS

Fabricados nas décadas de 40, 50 e 60 nos EUA, esses mics tornaram-se cada vez mais populares entre o consumidor gaitista. O Shure “Green Bullet”, mais conhecido como 520DX, foi introduzido no mercado pela CIA Shure Brothers Inc. de Chicago, em meados de 1949, e, logo, se tornou popular entre operadores de rádio amador, estações de trem, expedições de polícia, bombeiros e militares por ser um mic com boa resposta de sinal para discursos e resistente a altas temperaturas, praticamente à prova de umidade. Este mic foi chamado de “Controlled Reluctance Microphone” (Controlled Reluctance Transducer) e foi desenvolvido para suportar qualquer situação climática extrema (calor, frio, umidade ou secura). Esses primeiros mics tinham uma resposta de freqüência de 100 a 7.000 Hz e custavam US $16,50 nessa época. Nos primeiros 10 anos, foram lançados os seguintes modelos em ordem de fabricação: 99A86, 99B86, 99G86 e 99H86. As cápsulas CR foram produzidas de 1949 a 1958 e em relação à cor dos rótulos, onde vinham as informações de modelo e ano. Estes são definidos como Black Labels (fabricadas de 1949 a 1954) e as White Labels (1954 a 1958). Entre 1949 e 1951, as Black labeleled CR's eram gravadas com indicações óbvias da data de fabricação, como: 11-49 ou 01-50. Em 1951, a numeração foi substituída por um código de três números, como, por exemplo, 325, sendo que o primeiro número indica o ano e os outros dois a semana de fabricação. Assim, no exemplo dado, a cápsula foi fabricada na 25ª semana de 1953. A partir de março de 1954, a Shure passou a usar cápsulas CR White Label, que apresentavam algumas diferenças das Black Label, anteriormente, produzidas. É importante ressaltar que a distinção entre os dois modelos de cápsulas não se limita à cor da etiqueta. Alterações eletrônicas e estruturais foram feitas, como a substituição da bobina fenólica por plástica, o que deixou o mic um pouco mais frágil a situações como superaquecimento – apesar de existirem raras exceções entre as primeiras White Labeled CR's. No final da década de 50, foram produzidos dois modelos: o 520SL (alta impedância) e o 520SLB (baixa impedância – para uso, se necessário, de cabos longos). Estes eram chamados de “The Dispatcher”, pois vinham com um botão tipo “aperte para falar” e eram muito utilizados em expedições.

“CM” (CONTROLLED MAGNETIC TRANSDUCER)

As cápsulas CR White Label foram produzidas até março de 1958, quando foram substituídas pelas CM (Controlled Magnetic Transducer), que apresentavam sutis diferenças físicas. Em janeiro de 1961, a Shure modificou, mais uma vez, a indicação da data de fabricação das cápsulas, que, então, passou a ser feita por um código de apenas duas letras, como exemplo: AL ou ID, sendo que a primeira letra aponta o ano e a segunda o mês da fabricação. Estas letras representam números de acordo com sua posição no alfabeto. Desta forma, a letra “A” corresponde ao número 1, a letra “B” ao número 2, e assim por diante. Seguindo este raciocínio, se a primeira letra for “G”, o ano provável da fabricação é 1967. No entanto, em 1981, reiniciou-se a contagem dos anos pela ordem alfabética, podendo a designação “AL” referir-se tanto a dezembro de 1961, quanto a dezembro de 1981 (alfabeto americano). Apenas para não restar dúvidas, o outro código dado em exemplo – “ID” – pode ser de uma cápsula de abril de 1968 ou abril de 1988. Para diferenciar estas cápsulas de códigos idênticos, temos três caminhos:

1 - O primeiro critério se dá pelo fato de as cápsulas CM passarem a ser produzidas no México, de 1985 a 1996, e serem identificadas como “Assembled in México”. Portanto, se esta designação estiver em uma cápsula, cujo código de identificação seja “ID”, a cápsula será de abril de 1989. Por outro lado, se houver a designação “Made in USA”, a cápsula será de abril de 1969.

2 - O segundo critério baseia-se no tipo de material usado nas etiquetas das cápsulas. As anteriores a 1980, geralmente, assemelham-se a um pano velho, enquanto as posteriores a esta data, normalmente, apresentam-se mais brilhosas, parecendo plastificadas.

3 - O terceiro critério se extrai da comparação entre os tamanhos dos códigos impressos nas etiquetas. É que nas cápsulas mais antigas os códigos das datas foram impressos menores do que nas cápsulas dos anos 80 em diante.

Desde 1996, a Shure parou de fabricar as cápsulas CM's e inseriu no mercado o microfone 520DX, com cápsula dinâmica e controle de volume. Estes são fabricados no México e, segundo os entendidos no assunto, são de qualidade muito inferior aos “vintages” produzidos em Chicago.

É isso aí pessoal! Em breve, mais informações sobre a amplificação da harmônica. Aproveito para dar uma dica: Confiram sempre na coluna da direita as informações sobre serviçoes e produtos à venda. O Carlos May está com alguns mics Astatic de Cerâmica, Cristal e CM para venda. Interessados contactá-lo no email
-->fastjumpers@gmail.com

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