Olá, caro leitor!
Continuo postando este assunto que é de grande interesse dos que estão se aventurando na amplificação da harmônica! Tenho procurado abordar esse tema da forma mais detalhada que eu puder a fim de contribuir na criação de uma página que disponha de informações que geralmente só são encontradas na net de forma muito fragmentada. Esta é a terceira parte da série. Ainda não me aprofundei em amplificadores valvulados e mics do tipo Bullet, especiais para gaita, até por que não me considero a melhor pessoa pra falar disto, mas prometo um post mais dedicado à esse tema. Espero que o conteúdo possa ser útil.
EQUIPAMENTOS ALTERNATIVOS E TIMBRES HÍBRIDOS
Há uma série de microfones específicos (ou não) pra a gaita, e cada um deles produz um som característico que pode ser mais usado num determinado estilo musical em detrimento de outro. Se você quer tocar Jazz ou Country, por exemplo, é preferível explorar a forma acústica de amplificar o instrumento, utilizando mics dinâmicos, o que equivale ao "modo 1" comentado em postagens anteriores. Se a sua preferência é o blues tradicional de Chicago (modo 2) prepare-se para investir em mics bullets de alta impedância, com cápsulas vintage e amplificadores valvulados, o que abordarei em outras postagens. Há a opção de se atingir timbres diferenciados que, embora não seja objeto de interesse dos gaitistas mais conservadores, não deixam de ser uma opção a se explorar. É o caso dos "timbres híbridos", que fogem aos padrões de sonoridade clássica, mas que ainda podem ser aplicados a uma série de gêneros musicais. Veja por exemplo esse vídeo do Carlos Del Junco e perceba as peculiaridades deste som que se destaca pelo timbre encorpado, aveludado.
Continuo postando este assunto que é de grande interesse dos que estão se aventurando na amplificação da harmônica! Tenho procurado abordar esse tema da forma mais detalhada que eu puder a fim de contribuir na criação de uma página que disponha de informações que geralmente só são encontradas na net de forma muito fragmentada. Esta é a terceira parte da série. Ainda não me aprofundei em amplificadores valvulados e mics do tipo Bullet, especiais para gaita, até por que não me considero a melhor pessoa pra falar disto, mas prometo um post mais dedicado à esse tema. Espero que o conteúdo possa ser útil.
EQUIPAMENTOS ALTERNATIVOS E TIMBRES HÍBRIDOS
Há uma série de microfones específicos (ou não) pra a gaita, e cada um deles produz um som característico que pode ser mais usado num determinado estilo musical em detrimento de outro. Se você quer tocar Jazz ou Country, por exemplo, é preferível explorar a forma acústica de amplificar o instrumento, utilizando mics dinâmicos, o que equivale ao "modo 1" comentado em postagens anteriores. Se a sua preferência é o blues tradicional de Chicago (modo 2) prepare-se para investir em mics bullets de alta impedância, com cápsulas vintage e amplificadores valvulados, o que abordarei em outras postagens. Há a opção de se atingir timbres diferenciados que, embora não seja objeto de interesse dos gaitistas mais conservadores, não deixam de ser uma opção a se explorar. É o caso dos "timbres híbridos", que fogem aos padrões de sonoridade clássica, mas que ainda podem ser aplicados a uma série de gêneros musicais. Veja por exemplo esse vídeo do Carlos Del Junco e perceba as peculiaridades deste som que se destaca pelo timbre encorpado, aveludado.
Há realmente muitas possibilidade e por isso vou contar um pouco de minha experiência e trajetória com amplificação da harmônica de boca. Por favor, não interprete que eu esteja indicando esses equipamentos à seguir, estou apenas contando o que usei no decorrer do tempo. Passei por diferentes equipamentos antes de chegar ao set que mais tenho usado atualmente com mic bullet, pre-amp e amp valvulado.
Despertando o interesse pela amplificação:
Comecei a me interessar por amplificação quando vi um show da banda de blues soteropolitana "220 Volts" no final de 2003. Eu estava procurando conhecer músicos de blues mais experientes com quem eu pudesse trocar figurinhas e numa dessas descobri essa banda liderada pelo amigo guitarrista Ícaro Britto. Havia um gaitista chamado Yberê Camargo que integrava este trabalho. Ele me influenciou a amplificar o som da gaita e a escutar grandes nomes do blues de Chicago desde os veteranos Little Walter, James Cotton, Junior Wells aos mais modernos como Sugar Blue. Yberê tocava num amp Laney TF-100, onde plugava um mic Green Bullet 520 DX. Saí correndo para a uma loja de instrumentos e investi no meu primeiro amp, um Laney Tube Fusion TF50 (um amplificador menor de guitarra com falante de 10’). Nele eu plugava meu primeiro microfone, um Shaker Madcat, que oferece um design moderno, prático, confortável de segurar, e é projetado para privilegiar o efeito wha wha. Ele tinha originalmente um som magro, puxado para médio agudo, coisa que eu nunca gostei, embora admirasse os sons que o gaitista Peter Madcat Ruth tirava com esse mic.
Despertando o interesse pela amplificação:
Comecei a me interessar por amplificação quando vi um show da banda de blues soteropolitana "220 Volts" no final de 2003. Eu estava procurando conhecer músicos de blues mais experientes com quem eu pudesse trocar figurinhas e numa dessas descobri essa banda liderada pelo amigo guitarrista Ícaro Britto. Havia um gaitista chamado Yberê Camargo que integrava este trabalho. Ele me influenciou a amplificar o som da gaita e a escutar grandes nomes do blues de Chicago desde os veteranos Little Walter, James Cotton, Junior Wells aos mais modernos como Sugar Blue. Yberê tocava num amp Laney TF-100, onde plugava um mic Green Bullet 520 DX. Saí correndo para a uma loja de instrumentos e investi no meu primeiro amp, um Laney Tube Fusion TF50 (um amplificador menor de guitarra com falante de 10’). Nele eu plugava meu primeiro microfone, um Shaker Madcat, que oferece um design moderno, prático, confortável de segurar, e é projetado para privilegiar o efeito wha wha. Ele tinha originalmente um som magro, puxado para médio agudo, coisa que eu nunca gostei, embora admirasse os sons que o gaitista Peter Madcat Ruth tirava com esse mic.
O som que eu tirava era pobre, tosco, magro, apitava microfonias que feriam os ouvidos, então recorri a alguns pedais equalizadores, achando, inocentemente, ser esta a solução para conseguir algo parecido com os timbres robustos dos gaitistas de blues que usam bullets em amps valvulados. Pura inocência. Passei um bom tempo "quebrando a cabeça" tentando alcançar um timbre mais encorpado com este mic e amp, e nunca consegui nada que me agradasse tanto, até cair a ficha e perceber que eles não foram projetados para esse tipo de som que eu buscava. Contudo, até chegar esse dia, acho que fiz milagres utilizando pedais para tentar modificar o som do Shaker plugado no Laney TF-50.
Primeiro eu adquiri um pedal equalizador GEB-7 da Boss e nele, aumentava todas as frequências médio-graves, além de deixar o amp com o botão de médio no zero e o agudo no mínimo. Veja esse vídeo com o saudoso e já falecido amigo guitarrista Álvaro Assmar onde toquei com banda usando essa combinação de equipamentos. Na sequência, uma exposição do set de equipamentos do próprio Peter Madcat.
Mais adiante, após testar outros pedais, meu set consistia em plugar o Shaker num equalizador V-tone Acoustic ADL 21 da Behringer que enviava o sinal para o GEB-7 da Boss, e por fim, chegava ao Laney tube Fusion TF-50, plugado com um transformador de Impedância (ainda falarei mais sobre isso). Este pedal da Behringer possui uma alternativa chamada “Blend” que lembro que dava uma boa engordada no som quando ativado um circuito embutido de "emulação de válvulas". Pra mim foi o melhor timbre que consegui naquela época (2006) com os equipamentos que eu tinha até então. Com esse set, gravei as faixas "Até Ontem" e "Carona Errada" do meu primeiro álbum. Então descobri um cara que vendia microfones bullet caseiros feitos com cápsula de telefone (alternativa que tive frente ao alto custo dos verdadeiros bullet com cápsula vintage de alta impedância). Meu melhor timbre com os pedais e amp Laney que eu usava veio quando passei a usar esse mic ou um microfone dinâmico SM-58 da Shure. Depois de muita dor de cabeça e insatisfação com meu timbre, e uma imensa necessidade de progredir sonoramente, decidi finalmente juntar uma grana e investir num mic e amp de verdade. Foi quando adquiri um Astatic JT-30 de cor cinza com cápsula CM, e um amp caseiro de alta qualidade da Loester Amps. Mesmo com o novo mic e amp eu ainda fazia questão de usar os pedais acima mencionados. O único vídeo com este set que sobrou pra contar história é este de 2008...
Mas infelizmente precisei vender esse amp e mais tarde consegui investir num Serrano STR Harp Minihead com falante de 12’ e num mic Bullet Shure CR, com timbre bem encorpado, mantendo os mesmos pedais já mencionados para alguns cortes de frequências. Discorrerei mais sobre estes equipamentos em outros posts.
"MIC-5" DA HERING HARMÔNICAS
Após adquirir um Serrano Amps e ter experimentado o poder de um "mic de verdade", decidi fazer algumas experiências. Esse set tinha um som muito blues clássico que eu não curtia para o tipo de som que eu queria fazer. Então experimentei plugar um Mic-5 da Hering no Serrano. Esse mic foi desenvolvido pela Hering Harmônicas, numa parceria com a Lesson e o gaitista Jefferson Gonçalves, e projetado para se plugar na mesa de som e obter uma sonoridade mais limpa com nuances nos graves. Conheci este mic na Expo Music 2008. Adquiri um e realizei uma comparação com o Shure SM-58, ambos novos. Foi tirar da embalagem e plugar no Serrano, utilizando a mesma equalização para cada mic e uma gaita Bends modelo Anima em dó. Executei os mesmos riffs com cada mic, e embora ambos não tenham sido projetados para essa proposta de plugar num amp valvulado, esses mics não deixam de ser utilizáveis desta forma, produzindo timbres alternativos e com baixa incidência dos níveis de distorção. Isso por que os mics dinâmicos são "LOW-Z", ou seja, de baixa impedância e quando plugados num amplificador que possui uma entrada de alta impedância (HI-Z), produzem um som mais fraco devido à perda de algumas frequências e de volume. Existem, inclusive, conversores de impedância (Impedance Matching Transformer) que podem ser utilizados nesses casos. Fabricantes como Audio Technica, Shure, dentre outros, produzem um adaptador que casa as impedâncias, transformando o sinal do mic dinâmico LOW-Z em HI-Z. Era inclusive o que eu usava com o Shaker Madcat em meu primeiro set. Mas, voltando à comparação feita com o SM-58, o MIC-5 me proporcionou mais volume. Já em relação ao timbre, o Shure SM-58 é mais clássico e tem mais brilho. Sendo sincero, ainda preferi o MIC-5, que depois testei com os pedais que já mencionei e consegui chegar a uma equalização além das minhas expectativas. Foi exatamente isso que usei no vídeo a seguir: MIC-5 ==>> Vitone Acoustic da Behringer ==>> Geb-7 da Boss ==>> conector transformador de impedância ==>> amp Serrano.
Segundo André Serrano (gaitista e fabricante dos Serrano Amps), em conversas via MSN com o mesmo:
Conversando com o gaitista paraibano Guto Santana, ele me desabafou algo muito interessante e que eu fiz questão de escrever aqui:
“cansei de mics pesados e que muita gente usa apenas porque ‘é tradição’. O problema é que tem muita gente fazendo as coisas porque fulano também fazia, ou sicrano, mas, muitas vezes, o cara não se sente bem fazendo aquilo, não é a dele. E quando digo isso não estou me referindo a gosto pessoal”.
"FIREBALL" DA AUDIX
Existem também outros microfones no mercado, como o Audix FireBall. Disponível nas versões com e sem volume, esse mic explora a sonoridade limpa e tem grande poder de ganho sendo capaz de aguentar níveis de som superiores a 140 dB, sem haver distorção do som. Veja um dos inúmeros vídeos da Christelle Berthon utilizando esse mic e uma exposição de seu "pedal board"
Este mic também é muito utilizado para amplificar a gaita cromática. “Acho que antes de qualquer coisa é um microfone que tenta reproduzir fielmente as freqüências da gaita acústica”, disse Guto Santana, que possui um FireBall e confessa preferi-lo ao MIC-5 da Hering. Segundo ele, em conversas pela web, a diferença deste mic para um mic de voz normal tipo SM-58 é de que o mesmo possui uma captação otimizada para as freqüências da gaita, o que significa não precisar mexer tanto no equalizador para deixar o som como você quer. “Ele dá um brilho no som também”. Talvez, o que o Guto esteja se referindo nesta frase, seja à capacidade deste mic de manter e reproduzir um som com alta qualidade, mesmo enquanto, o gaitista está realizando o "cupping" (envolver com as mãos), pois na aplicação de tal técnica, a maioria dos microfones tende a exagerar no nível de ruído ou tornar o som distorcido, o que não acontece com o Fireball. No caso deste último, opera-se como se estivesse num ambiente aberto. O Guto ainda me falou que se pode tocar com este mic no pedestal, uma vez que ele possui um cachimbo menor que vem junto na embalagem, o que pode ser observado como uma vantagem em relação ao MIC-5.
Disse Guto Santana: "O que acho legal desse mic é o tamanho menor dele e a leveza, embora ainda ache o globo um pouco grande pra se envolver nas mãos dificultando os efeitos de mão, também porque já estou mais acostumado com o Electrovoice RE-10, que tem uma cabeça bem pequena e super confortável." Ele disse ter um desses e não se arrepender da compra "... foi a melhor coisa que fiz. Levinho e boa parte do timbre do Carlos Del Junco é graças a esse mic".
AINDA SOBRE IMPEDÂNCIA...
Seguindo o assunto sobre impedância, o André Serrano me falou uma coisa muito interessante:
“... têm alguns poucos microfones dinâmicos de voz que vem com transformador de impedância dentro do próprio corpo do microfone para ser ligado ou não...".
Ou seja, se você quiser transformá-lo em alta, basta abrir o mic e fazer essa transformação. Isso pode ser uma ótima dica para quem quer plugar esses mics dinâmicos em Amplis valvulados. O Serrano me contou que abriu alguns modelos de mics da marca Lesson e que encontrou tal transformador num Lesson prateado (aquele com corpo de metal) e que não encontrou ao abrir um Lesson “preto”.
Ainda há uma opção de se utilizar um sistema sem fio. Olha o que fiquei sabendo pelo Guto Santana na lista do Gaita-L:
"É interessante observar que se você usar esse mesmo microfone (ou outro qualquer de baixa impedância) com um sistema sem fio, você não mais precisará do conversor de impedância. Isso porque o sinal sem fio opera já em alta impedância e o sinal de seu mic será automaticamente convertido antes de chegar no amplificador.”
Ele ainda acrescentou detalhes e dicas muito do tipo:
"...de preferência, um sistema sem fio UHF (melhor faixa de freqüência) e que tenha uma base com duas antenas (que minimiza o risco de interferências). Um sistema desses custa em média no Brasil R$ 1.000. Se alguém puder trazer de fora diretamente pra você, ajudará muito. Para se usar microfones de baixa impedância com saída XLR (Cannon) posso citar o da Samson O detalhe que permite o uso desse tipo de microfone é o pequeno transmissor (AX1 trasmitter é nome desse da Samson) que transforma qualquer microfone com saída XLR com fio num mic sem fio. Tenho esse sistema e posso dizer que sua qualidade é muito boa. Uso esse sistema com 2 microfones diferentes hoje: o Audix Fireball e o Ev-RE 10. Para se usar microfones tipo bullet, o transmissor é diferente, possuindo conexão banana. A AKG tem o Guitar Bug e a Samson o AF-1 e o AG-1. A AKG também produzia um sistema com um transmissor semelhante (chamado SO transmitter), mas, parece que o transmissor saiu de linha e não é mais fabricado. Não tenho certeza. Acho interessante você ter o conversor de impedância também, para não ser obrigado a sempre ter que ligar e depender do sistema sem fio para tocar."
Agradeço por suas dicas, Guto, assim como eu, muita gente desconhecia tais informações! Sem dúvida, um sistema sem fio pode ajudar bastante, principalmente, na passagem de som, pois, algumas vezes, em palcos maiores, a gaita pode parecer bem equalizada nos monitores, mas, pode ocorrer do operador não mixar bem no P.A. e deixar o som bastante agudo (estridente),o que fere o ouvido do público, sem contar que "queima" seu trabalho. A única maneira de saber se o som está ao seu gosto é estando na frente do palco (onde estaria o público) ou tendo alguém/um técnico de confiança por lá para verificar a equalização. Alguns operadores acham que um som de qualidade é aquele que tem os agudos muito pronunciados,o que provoca desequilíbrios na resposta do sinal e gera realimentações. A gaita já é um instrumento de sonoridade média e aguda por natureza. Importante tomar bastante cuidado (a depender dos sistemas de som) com freqüências entre 800HZ a 3K, que podem atrapalhar muito os gaitistas. Sugere-se sempre ter um técnico que já compreenda a sonoridade do instrumento ou, caso contrário, bater um papo com o operador de som disponível antes do show a fim de orientá-lo em relação ao som que se quer atingir. Contudo, vale tentar passar o som estando do lado de fora do palco, ouvindo exatamente o que ouviria o público. Para isso, é preciso ter um cabo longo, que lhe possibilite se afastar do palco a ponto de ficar à frente do P.A. numa distância de pelo menos cinco ou seis metros ou, melhor ainda, seria ter um sistema sem fio.
Seguindo o assunto sobre impedância, o André Serrano me falou uma coisa muito interessante:
“... têm alguns poucos microfones dinâmicos de voz que vem com transformador de impedância dentro do próprio corpo do microfone para ser ligado ou não...".
Ou seja, se você quiser transformá-lo em alta, basta abrir o mic e fazer essa transformação. Isso pode ser uma ótima dica para quem quer plugar esses mics dinâmicos em Amplis valvulados. O Serrano me contou que abriu alguns modelos de mics da marca Lesson e que encontrou tal transformador num Lesson prateado (aquele com corpo de metal) e que não encontrou ao abrir um Lesson “preto”.
Ainda há uma opção de se utilizar um sistema sem fio. Olha o que fiquei sabendo pelo Guto Santana na lista do Gaita-L:
"É interessante observar que se você usar esse mesmo microfone (ou outro qualquer de baixa impedância) com um sistema sem fio, você não mais precisará do conversor de impedância. Isso porque o sinal sem fio opera já em alta impedância e o sinal de seu mic será automaticamente convertido antes de chegar no amplificador.”
Ele ainda acrescentou detalhes e dicas muito do tipo:
"...de preferência, um sistema sem fio UHF (melhor faixa de freqüência) e que tenha uma base com duas antenas (que minimiza o risco de interferências). Um sistema desses custa em média no Brasil R$ 1.000. Se alguém puder trazer de fora diretamente pra você, ajudará muito. Para se usar microfones de baixa impedância com saída XLR (Cannon) posso citar o da Samson O detalhe que permite o uso desse tipo de microfone é o pequeno transmissor (AX1 trasmitter é nome desse da Samson) que transforma qualquer microfone com saída XLR com fio num mic sem fio. Tenho esse sistema e posso dizer que sua qualidade é muito boa. Uso esse sistema com 2 microfones diferentes hoje: o Audix Fireball e o Ev-RE 10. Para se usar microfones tipo bullet, o transmissor é diferente, possuindo conexão banana. A AKG tem o Guitar Bug e a Samson o AF-1 e o AG-1. A AKG também produzia um sistema com um transmissor semelhante (chamado SO transmitter), mas, parece que o transmissor saiu de linha e não é mais fabricado. Não tenho certeza. Acho interessante você ter o conversor de impedância também, para não ser obrigado a sempre ter que ligar e depender do sistema sem fio para tocar."
Agradeço por suas dicas, Guto, assim como eu, muita gente desconhecia tais informações! Sem dúvida, um sistema sem fio pode ajudar bastante, principalmente, na passagem de som, pois, algumas vezes, em palcos maiores, a gaita pode parecer bem equalizada nos monitores, mas, pode ocorrer do operador não mixar bem no P.A. e deixar o som bastante agudo (estridente),o que fere o ouvido do público, sem contar que "queima" seu trabalho. A única maneira de saber se o som está ao seu gosto é estando na frente do palco (onde estaria o público) ou tendo alguém/um técnico de confiança por lá para verificar a equalização. Alguns operadores acham que um som de qualidade é aquele que tem os agudos muito pronunciados,o que provoca desequilíbrios na resposta do sinal e gera realimentações. A gaita já é um instrumento de sonoridade média e aguda por natureza. Importante tomar bastante cuidado (a depender dos sistemas de som) com freqüências entre 800HZ a 3K, que podem atrapalhar muito os gaitistas. Sugere-se sempre ter um técnico que já compreenda a sonoridade do instrumento ou, caso contrário, bater um papo com o operador de som disponível antes do show a fim de orientá-lo em relação ao som que se quer atingir. Contudo, vale tentar passar o som estando do lado de fora do palco, ouvindo exatamente o que ouviria o público. Para isso, é preciso ter um cabo longo, que lhe possibilite se afastar do palco a ponto de ficar à frente do P.A. numa distância de pelo menos cinco ou seis metros ou, melhor ainda, seria ter um sistema sem fio.
CONTINUA...